O lançamento de um Seminário de Jacques Lacan é sempre um acontecimento. Trata-se de seu ensino oral, ministrado ano após ano, durante 25 anos e cujo texto escrito foi estabelecido por Jacques-Alain Miller. O Livro 15 desse Seminário, L’Acte psychanalytique (O Ato psicanalilítico), realizado entre 15 de novembro de 1967 e 19 de junho de 1968, foi lançado em francês no dia 09 de fevereiro de 2024.
As traduções em espanhol e em português estão em andamento, enquanto se espera as edições em outras línguas.
Jacques-Alain Miller, 4a capa
“Este Seminário marca uma virada. Ele trata de uma só questão, à qual Lacan até então só havia respondido indiretamente: o que é um analista? Resposta: é um analisante (palavra pela qual Lacan substituiu a de analisado) que levou a experiência analítica até o fim. Qual é esse termo ideal? Para sabê-lo, convém articular a lógica do percurso de uma análise. Em seu começo, há um desejo inédito, que supõe uma travessia, ou seja, um ato, como o de César atravessando o Rubicão. Este ato é o do analisante, mas o ato psicanalítico propriamente dito, quem realiza é o psicanalista, ao abrir para esse analisante o campo chamado de “sujeito-suposto-saber”, em que se decifra o inconsciente. No final, o s.s.s. esvaece, uma vez que o analista, seu suporte, é evacuado como dejeto da operação, assim como Édipo, que terminou sua vida com os olhos perfurados. O analisado, agora tornado analista, assume o seu lugar. E por quê? – já que agora ele sabe o que o espera.”
“Algumas seções são dedicadas à lógica da quantificação, cuja exploração Lacan inicia, e que desembocará mais tarde na teoria da sexuação.”
“A conclusão, inesperada, traz Lacan a comentar Maio de 68 no calor dos acontecimentos, contemporâneos ao final do Seminário.”
J.-A. Miller.